A Candidíase Mamária é um problema que pode surgir durante a amamentação. Você já ouviu falar?

Bem, se você é mulher, é bem provável que você já tenha tido candidíase vaginal alguma vez na vida. Se nunca teve, parabéns!

Tanto a candidíase vaginal quanto a mamária são causadas pelo mesmo fungo, o Candida albicans. Esse fungo faz parte da nossa flora, mas ele é oportunista. Então quando estamos com a imunidade baixa, ele consegue se proliferar.

No caso da candidíase vaginal, é uma coceira insuportável lá embaixo (na vulva e na vagina) e um corrimento esbranquiçado.

Já no caso da candidíase mamária, ela é mais complicada de ser diagnosticada. Ela vai surgir também quando o fungo encontra a oportunidade de se proliferar nas mamas, e essa oportunidade surge quando os mamilos estão feridos (o que é uma porta de entrada para esse bichinho).

Sinais e Sintomas

Geralmente a mulher que está amamentando refere os mamilos sensíveis e uma sensação de ardência. Os mamilos e aréolas podem estar mais vermelhos ou também descorados. Durante a mamada, a sensação é de fisgadas, pontadas, agulhadas, facadas… 

O bebê também pode se infectar, mas a amamentação pode e deve ser mantida.

No bebê podem aparecer placas brancas dentro da boca, e ele também pode ter assaduras.

Tratamento

O tratamento é medicamentoso e deve ser orientado pelo médico. Pode ser pomada para passar no mamilo e no períneo do bebê, uma solução oral para passar dentro da boca do bebê e às vezes um comprimido antifúngico também é associado ao tratamento.

É importante que mesmo que o bebê não apresente os sintomas referidos que ele seja tratado junto com a mãe, para evitar a reinfecção.

Hoje em dia também é possível usar o tratamento do laser como coadjuvante para auxílio no tratamento da candidíase mamária.

Cuidados extras

Visando evitar a reinfecção é necessário atenção com todos objetos que entra em contato com  a mama da mãe e a boca do bebê. Assim, sutiãs e fraldas de panos que entram em contato com a mama, devem ser trocados diariamente e lavados com água fervente. Deve-se evitar o uso de bicos artificiais (chupeta, mamadeira, bico de silicone). Mas, caso esteja usando, também é necessária grande atenção na higiene desses itens, sendo esterilizados também com água fervente.

Abafar a mama pode piorar a situação, já que os fungos gostam de lugar úmido e quente para se proliferarem. Assim, manter a mama arejada o máximo de tempo possível e também não usar conchas de amamentação e trocar com bastante frequência os absorventes de peito (e até mesmo não usá-los, se você se sentir confortável sem eles).

Na alimentação, evitar açúcares simples (como doces e farinha branca), pois são alimentos que favorecem o crescimento desse fungo. O consumo de probióticos também ajuda a recompor a flora normal do corpo (iogurte natural e kefir, por exemplo).

Prevenção

A prevenção da candidíase mamária está principalmente em acertar a pega do bebê no seio. Com a pega certa, não há ferimentos nos mamilos, que são a porta de entrada para esses bichinhos.

Caso haja uma ferida no mamilo, acertar a pega para a cicatrização ocorrer é primordial e evitar o uso de absorventes de peito e conchas, além de deixar as mamas arejadas sempre que possível.

Quando a candidíase se instala a cicatrização da ferida no mamilo acaba demorando muito ou até não ocorrendo enquanto a infecção não for resolvida.

Existem diversas posições para amamentar. Mas qual será a melhor?

Bem, eu costumo dizer que a melhor é a que a mãe e o bebê se adaptarem.

Mas, ainda assim, existem uns pontos específicos para que a gente garanta que a pega e mamada sejam eficientes. Isso vai ser muito importante principalmente no início do processo de amamentação, pois é quando mãe e bebê estão aprendendo.

Alguns pontos que eu considero importantes são os seguintes:

IMAGEM (alinhamento)

1)    Bebê alinhado:

O alinhamento do bebê é ele estar com a cabeça o ombro e o quadril para o mesmo lado (como mostra a linha vermelha). Essa posição é mais confortável para o bebê e promove uma sucção mais adequada.

2)    Barriga com barriga

O contato da barriga do bebê com a barriga da mãe (ou em contato com outra parte do corpo da mãe) vai promover estabilidade para esse bebê.

3)    Dar apoio a cabeça do bebê pela nuca

Caso você opte por uma posição em que sua mão vai apoiar a cabeça do bebê, a melhor forma é apoiar pela nuca. Dessa forma é mais fácil para direcionar a cabeça do bebê para o seio. Caso você segure a cabeça do bebê com a mão apoiando a toda a cabecinha dele, o bebê tende a empurrar a cabeça para trás, e isso é apenas um reflexo. Então é uma péssima ideia segurar a cabeça do bebê empurrando-o para o seio, porque ele vai empurrar a cabeça para a posição contrária, gerando estresse para mãe e bebê.

Pensando nesses pontos, escolha a posição que você sentir mais conforto e perceber que seu bebê também está bem posicionado.

A seguir, algumas imagens de posições para amamentar:

  • Tradicional
  • Cruzada
  • Invertida
  • Deitada
  • Cavalinho

Particularmente, eu indico que as mães iniciem com a posição cruzada, para ter maior controle da cabeça do bebê. Após posicionar o bebê ao seio, é possível trocar os braços e ficar na posição tradicional, se for mais confortável.

Após o nascimento do bebê a mãe pode apresentar o chamado “Baby Blues”, que que também é conhecido como “Melancolia Pós Parto” ou até “Blues Puerperal”, todos termos para uma mesma situação: aquela tristeza apresentada pela mãe, aparentemente inexplicável. 

Essa bagunça emocional decorre de diversos fatores da nova situação que essa mulher se encontra e principalmente pela brusca MUDANÇA HORMONAL. É algo que ocorre com a grande maioria das mulheres no puerpério (período pós parto), mas não de forma igual para todas. Às vezes uma leve tristeza ou ansiedade, outras vezes um choro excessivo sem motivo aparente, podendo durar até cerca de duas semanas.

A grande diferença com a Depressão Pós Parto (DPP) está não só na duração, mas principalmente na intensidade dos sintomas. Na DPP os sintomas costumam ser mais fortes e incapacitantes. O Baby Blues dura até duas semanas e mesmo apresentando os sintomas (maior sensibilidade emocional, constante vontade de chorar, comentários autodepreciativos, insegurança, impaciência, ansiedade, insônia, mudança brusca de humor) a mulher consegue exercer as atividades diárias como os cuidados com o bebê e o auto-cuidado. 

Já na DPP esses sintomas são mais exagerados e a mulher pode apresentar dificuldades de realizar essas atividades diárias básicas, apresentando medo para exercê-las, por exemplo.

É extremamente importante que essa mulher tenha uma REDE DE APOIO nesse período como o marido/companheiro, familiares e amigos que não só dividam as tarefas e cuidem dessa dupla mãe-bebê, mas que também sejam empáticos e pacientes, além de apoiarem e ajudarem na busca de um profissional qualificado caso se entenda que esta mulher está com DPP. Neste caso é necessário o acompanhamento médico para que essa mãe seja devidamente medicada e acompanhada.

Muitas mulheres ao se verem grávidas começam a buscar informações e se deparam com muita coisa diferente em relação aos tipos de parto. Parto normal, cesárea, humanizado, de cócoras, na banheira, em casa… e por aí vai.

Esclarecendo

Basicamente, existem duas vias de nascimento: a cirúrgica (cesárea) e a vaginal (normal).

As dúvidas surgem quando se encontra dentro do parto normal diversos subtipos (humanizado, natural…). 

Mas, independente desses subtipos, o que deve ser considerado são os desejos e vontades da mulher, dentro do que as evidências científicas mostram de melhores resultados, isso seria um parto respeitoso, ou o tal do parto humanizado.

O Parto Humanizado não é um modelo de parto com um checklist a ser preenchido, mas sim uma filosofia, onde o protagonismo da mulher é uma das partes mais importantes, bem como o uso de evidências científicas para que sejam tomadas as melhores decisões para aquele caso especificamente.

Isso quer dizer que a mulher deve escolher o que ela quer para o parto dela, mas se baseando em informações de qualidade. Costumo brincar que a mulher deve escolher a posição que ela quer parir, mas se ela escolher parir de ponta cabeça, o que é super contra a gravidade e nada natural, os profissionais não devem apenas concordar já que é um parto humanizado, mas sim, orientar esta mulher que existem formas melhores para que o bebê nasça e para seu conforto. É um exemplo bem esdrúxulo, mas é para começar a entender.

Exemplificando

Um exemplo real que já vi é de o profissional atualizado não querer fazer o corte no períneo da mulher (episiotomia), mas ela querer por acreditar que é o melhor. Hoje em dia esse corte está sendo menos realizado, ou ao menos feito com algum critério, pois as evidências científicas já mostram que não há necessidade para fazê-lo rotineiramente (em todas as mulheres). Assim, o profissional que entende que ele não é necessário por estar se baseando nas melhores evidências científicas, estará sendo humanizado ao não fazê-lo, mesmo que a mulher queira. Ele deve conversar com esta mulher para que ela entenda que isto é o melhor para ela e se sinta acolhida.

Uma boa maneira de ter suas vontades e necessidades respeitadas durante o parto é elaborando um Plano de Parto e conversando com a equipe que irá te atender (caso você já saiba previamente).

Então, o Parto Humanizado é um parto onde se respeitam as vontades da mulher ao mesmo tempo que respeita as melhores evidências científicas. 

Assim, a mulher deve decidir o que ela quer para o seu parto se baseando em informações de qualidade (que ela pode adquirir pesquisando e conversando com o(s) profissional(is) que está(ão) acompanhando sua gestação – obstetra, enfermeira, doula). Aos profissionais cabe acolher aquele desejo e garantir que ele aconteça dentro das possibilidades, sempre estando atento ao bem estar da mãe e do bebê. Caso seja necessário mudar de rumo durante o processo (para garantir a segurança da dupla mãe-bebê), a equipe conversa com a mulher para a tomada de decisão. A mulher se sentirá acolhida, entendendo que o melhor está sendo feito para ela e seu bebê. 

Um exemplo que pode ser usado aqui é o da mulher optar que o bebê vá direto para seu colo após o nascimento (contato pele a pele), porém, o obstetra e/ou o pediatra que estão atendendo percebem que o bebê precisa de algumas manobras para ficar bem, então se decide por atender este bebê primeiramente para que quando ele estiver bem ele possa ficar com sua mãe. Mas, o bebê nascendo bem, irá para o colinho da sua mãe, sem nenhum problema.

Concluindo

O parto humanizado pode ocorrer em qualquer ambiente, podendo ser na em casa (parto domiciliar planejado), no hospital, numa casa de parto… O local propriamente do nascimento do bebê pode ser na banheira, na banqueta de parto, na cama hospitalar… Qualquer opção que a mulher escolha e que seja segura! 

É comum que o parto humanizado tenha pouquíssimas intervenções, o importante é ter em mente que cada uma delas deve ser feita de acordo com a necessidade da mãe e do bebê naquele momento. 

É importante que a mulher se informe e tenha confiança na equipe que irá atendê-la para que ela possa ter um parto com respeito e se sentir satisfeita com sua experiência.

Olhando desse jeito, todo parto deveria ser humanizado, com todas mulheres e famílias entendendo seus benefícios, sendo respeitadas durante o processo, tendo intervenções realizadas apenas de acordo com a necessidade, e não de maneira rotineira como ocorre por aí, e no final sentir-se satisfeita com a experiência, ao invés de humilhada ou maltratada. 

O que é uma doula?

A doula é uma mulher que apoia outra mulher durante o momento tão transformador que é o parto.

Diferente do que muitas pessoas acreditam, doula não é a mesma coisa que as parteiras tradicionais. Doulas recebem treinamento sobre como é um parto normal e, principalmente, sobre formas de fornecer suporte físico emocional para a mulher durante a gestação, parto e até no pós parto.

O principal papel da doula é de estar acompanhando aquela determinada mulher e família oferecendo apoio emocional, sem obrigações técnicas, como fazer qualquer exame ou “fazer o parto” (mesmo porque, quem faz o parto é a mulher).

Em termos modernos, podemos dizer que a doula é uma “coach de parto”, embora eu espero que esse termo não se popularize…

Quem pode ser doula?

Para ser doula é necessário fazer um curso livre. Não há necessidade de ter alguma formação específica, embora seja muito comum doulas formadas na área da saúde (como fisioterapeutas e enfermeiras). 

Os cursos variam muito em seu tempo de duração, e ensinam sobre a fisiologia do parto e formas de ajudar a mulher a controlar a dor que ela pode sentir durante o parto. Assim, a doula será capaz de orientar a mulher e família durante a gestação para que ela possa escolher sobre a equipe que vai acompanhá-la, local do parto, formas não farmacológicas para o alívio da dor, etc.

É comum também que a doula seja uma mulher que teve uma experiência ruim no seu parto, e após se informar decidiu ajudar outras mulheres para que não sofram o mesmo que ela sofreu.

Vale a pena?

Para a mulher que está buscando um parto normal respeitoso, vale muito a pena!

Existem vários estudos que mostram que o trabalho de doulas ajuda a prevenir uma cesárea, diminuem o uso de anestesia (já que as mulheres ficam mais confortáveis durante o parto e acabam não solicitando), e melhora a satisfação da mulher com a experiência do parto (o que ao meu ver é um dos melhores benefícios).

Ter alguém com que você possa contar durante esse momento tão importante que é o nascimento do seu filho faz com que a experiência seja muito mais positiva!

O que é?

Primeiramente, é importante saber o que é o períneo.

O períneo, também chamado de assoalho pélvico, é a musculatura que sustenta nossos órgãos da pelve (bexiga, útero, intestino). A parte externa do períneo é aquela que se encontra entre o cóccix e o púbis, ao redor da vulva (a área externa da pepeca) e o ânus.

A laceração do períneo então seria o corte feito naturalmente pela passagem do bebê durante o parto.

Essa laceração pode ser dividida em graus, do 1º ao 4º, onde quanto maior o grau, maior a profundidade. As lacerações de 1º e 2º graus são as mais comuns de acontecer. A de 1º grau atinge pele e mucosa, a de 2ª grau, chega nos músculos. As lacerações de primeiro grau são bastante comum, e muitas vezes não é necessário dar pontos para que elas se fechem. As lacerações de 3º e 4º graus são mais raras. a de 3º acomete o esfíncter anal, enquanto que a de 4º chega ao reto também.

Como prevenir?

O que se tem de evidências hoje para a prevenção de lacerações é que na hora de fazer a força para o bebê nascer, a mulher deve seguir sua vontade e ir fazendo a força aos poucos. Diferente de quando os profissionais que estão assistindo ficam falando pra mulher fazer força (é comum ficar um coro de pessoas falando: força, força, força…), esse é o chamado puxo dirigido, e é desaconselhado hoje em dia. Dessa forma pausada, o períneo da mulher vai se alongando aos poucos e a cabecinha do bebê se moldando, ao invés de ir com tudo e “rasgar”.

Também é importante que a mulher esteja em uma posição verticalizada, para que a gravidade faça sua parte ajudando o bebê a descer. Existem algumas evidências mostrando que o parto com a mulher deitada de lado ajuda na prevenção de lacerações, mas a melhor posição é a que a mulher se sentir confortável na hora H.

É interessante que a mulher tenha consciência corporal da região do períneo para poder entender melhor como fazer a força na hora do parto. Então a fisioterapia pélvica durante a gestação pode ajudar nisso. Mas, não é um pré requisito para não ter laceração, OK?

É melhor o médico cortar então?

O corte no períneo realizado pelo profissional que está assistindo o parto é chamado de episiotomia. Este corte, que atinge mucosa, pele e músculos, foi inventado por um “ser nada abençoado” que percebeu que ao cortar o períneo da mulher na hora que o bebê estava prestes a nascer (já quando dá pra ver a cabecinha do bebê quase saindo) fazia o processo ser mais rápido. Então esse corte começou a ser difundido e ensinado como necessário para todas as mulheres, sem que se fizessem estudos para ver sua eficácia.

A verdade é que não há evidências científicas que respalde a prática indiscriminada da episiotomia, como ainda é feita infelizmente em muitos lugares. Hoje inclusive tem estudos mostrando os danos que esse corte pode causar para a mulher, como infecção no local do corte, sangramento, incontinência urinária e fecal, dor durante a relação sexual…

A tendência hoje é diminuir o uso da episiotomia e até mesmo zerar. Sei da história de diversos profissionais que faziam de forma rotineira (pois haviam aprendido que era o certo a se fazer) e após irem se atualizando, resolveram fazer de maneira mais seletiva até que perceberam que não havia necessidade (já que mudaram toda sua prática obstétrica para uma prática mais humanizada, respeitando a fisiologia do processo), até que param de usar.

Informe-se e converse com o profissional que está te acompanhando!

Uma das coisas que mais escuto de gestantes sobre a amamentação é o fato delas terem MEDO. Medo da dor, pois só o que escutam de amigas e familiares e que é muito difícil. Elas têm certeza que a amamentação vai dar muito errado. 

Diferente do medo do parto, onde é possível escolher ter anestesia e usar medicações no pós parto para controlar uma possível dor, na amamentação sabe-se que aquele leite é o melhor para o bebê, e a tendência é ficar numa jornada sacrificante quando as coisas não estão indo bem, já que todo mundo fala que é assim mesmo.

De fato a amamentação é difícil, mas ela não precisa e nem deve ser dolorida o tempo todo. Inclusive, se está dolorido a chance de que o bebê esteja pegando errado, machucando o peito da mãe e não mamando de maneira eficiente, é gigante.

Então aqui começo falando do primeiro problema possível da amamentação: a pega errada.

Pega errada

Quando o bebê pega errado, além de machucar o peito da mãe, ele não tira leite da melhor maneira possível (e muitas vezes não está nem tirando leite suficiente para ele). Ou seja, nem o bebê nem a mãe estão ganhando nessa situação. Então, amamentar com dor é um sacrifício em vão. E a partir desse 1º problema mais comum da amamentação, que é a pega errada, podem surgir outros problemas.

A consequência direta da pega errada são mamilos machucados (fissurados), o que acarreta em uma amamentação dolorida.

Fora a dor, essas feridas são uma porta de entrada para microorganismos infectarem elas, e a partir disso surgirem problemas como mastite e candidíase

Para o bebê, essa pega errada tem como consequências mamadas inefetivas, fome constante, perda ou ganho insuficiente de peso, desidratação

A pega errada é uma grande bola de neve que, se não corrigida, pode levar ao desmame precoce desse bebê, e muita frustração materna.

A solução para pega errada nem sempre é fazer o bebê pegar certo (o que muitas vezes não é tão simples). Às vezes o bebê não consegue acertar a pega por ter a língua presa, por exemplo.

Quando o bebê não mama de forma eficiente, o corpo da mãe entende que não tem bebê mamando ou que aquele bebê precisa de pouco leite (já que ele está tirando pouco), e então sua produção de leite começa a diminuir.

Um outro problema comum na amamentação é o ingurgitamento mamário, o famoso leite empedrado. Este pode ocorrer independente da pega do bebê, mas claro, sendo agravado com a pega errada já que dessa forma o bebê não tira leite corretamente. O ingurgitamento pode ocorrer primeiramente quando acontece a descida do leite, a tal apojadura, que é em torno do 3º ao 5º dia após o nascimento do bebê. É um momento que as mamas passam a produzir mais leite e ficam inchadas, acarretando no seu endurecimento. Fora o momento da descida do leite, outros momentos podem levar a esse empedramento das mamas, como quando o bebê passa muito tempo sem mamar, e o peito vai enchendo. Desse ingurgitamento pode surgir os problemas de obstrução de ductos ou mastite, por exemplo.

Conclusão

Enfim, os problemas da amamentação são diversos, difícil descrever tudo sem se prolongar tanto. Mas é importante perceber que muitos deles vão ser consequência de uma pega errada. Então é muito importante buscar informações de como fazer o bebê pegar certo para que a amamentação comece com o pé direito.

E, se não ficou tão claro, é muito importante saber que quando tem dor na amamentação, algo não está indo bem. É necessário que um profissional qualificado avalie a mamada para poder orientar a mulher a amamentar corretamente, onde ela e o bebê fiquem bem.

O que é?

A livre demanda nada mais é do que permitir que o bebê se alimente quando ele sente fome. 

Muitas pessoas acreditam que é deixar o bebê no peito o dia todo, e não é bem isso. A frequência de tempo das mamadas vão mudando de acordo com a necessidade do bebê. Geralmente nos primeiros dias de vida, como o estômago do bebê é bem pequeno (cerca de 5ml no 1º dia de vida), ele tem necessidade de mamar mais vezes (também pelo leite materno ser de fácil digestão).

Tanto o estômago do bebê quanto a produção da mãe vão aumentando,  e a livre demanda permite que o corpo da mãe se ajuste à necessidade específica do bebê. 

Determinar um horário rígido para um bebê que está começando a entender a fome, aprendendo a mamar, pode ser muito contraprodutivo. Lembre que o bebê estava num “open bar”, recebendo alimento 24 horas por dia pelo cordão umbilical.

Fiz livre demanda, mas meu bebê passava fome.

A livre demanda não deve ser confundida com um bebê que quer ficar no peito o tempo todo.

Nesses casos, é importante observar a mamada para saber se o bebê está ou não conseguindo extrair leite. Caso o bebê não esteja pegando da maneira correta, ele não é capaz de extrair leite de uma maneira eficiente, então, consequentemente, ele ficará muito tempo mamando, e quando for tirado do peito terá fome logo.

Se o bebê fica o tempo todo no peito, mas ainda assim apresenta sinais de fome, não está fazendo xixi e/ou cocô, é provável que a amamentação não está ocorrendo de uma maneira adequada. É importante buscar ajuda especializada nesse momento, como a de uma consultora de amamentação.

Mas vou deixar meu bebê “chupetando” o dia todo?

Ter um bebê plugado no peito não significa que ele está mamando efetivamente. Para extrair leite o bebê deve abocanhar mamilo e o máximo de aréola possível, para que ele possa pressionar o local correto da mama e tirar leite. Dessa forma ele fará uma mamada efetiva, e não ficará o dia todo no peito.

E é possível perceber que o bebê está tirando leite! Basta reparar se a sugada que o bebê está fazendo é uma “goladona”, onde ele enche a boca de leite e engole, enche a boca de leite e engole… Essa golada geralmente é mais pausada e ritmada (se imagine bebendo um copo de água, e perceba como você enche primeiro a boca e depois engole).

Quando o bebê não pega corretamente (ou em momentos que o fluxo de leite que está saindo do peito é baixo) ele vai dar sugadas curtas e rápidas, como se estivesse chupando uma chupeta (daí o termo chupetar). Quando ele está chupetando, ele NÃO está tirando leite. Então não adianta deixar o bebê plugado no peito nesse momento, pois a mamada não está sendo efetiva. Caso o bebê não esteja pegando direito, a pega deve ser arrumada. Caso a questão seja o fluxo baixo de leite, pode-se colocar o bebê no outro peito.

Quanto tempo devo deixar o bebê mamando?

Cada bebê tem um ritmo próprio, então não é correto falar que o bebê deve ficar 15, 20 ou 30 minutos mamando. Nem qual o intervalo entre as mamadas.

O melhor é observar o comportamento do seu bebê, entender a diferença entre sugadas efetivas (“goladonas”) e sugadas não efetivas (“chupetando”), saber se ele está fazendo a pega correta (se está doendo ou machucando a pega NÃO está correta), observar se o bebê está fazendo xixi e cocô diariamente.

Após essa observação inicial (que vai durar pelo menos uma semana de vida do bebê, mas em média dura o 1º mês de vida), os pais vão conseguir determinar qual o tempo de mamada do seu bebê e também o intervalo entre as mamdas.

Ah, mas é bom ter em mente que isso não é algo fixo, pois com o crescimento e desenvolvimento o bebê muda seu comportamento (pra complicar um pouco né…rs).

A regra é observar o seu bebê!

Vira e mexe quando estou conversando com um grupo de pessoas, sempre que me perguntam o que eu faço, todos acham muito lindo mas a conversa se desenrola para “como as mulheres aguentam ficar tanto tempo em trabalho de parto, sofrendo” e por aí vai…

Existe um senso comum de que o parto normal é muito demorado, e quando as pessoas falam de demorar, estão falando de apenas 7-8 horas, e o parto pode durar mais que isso.

Também, o tempo que o parto leva não deveria ser uma questão tão grande, já que é um processo em que o corpo da mulher está se modificando (se abrindo) para poder parir o bebê e também vai se posicionando (descendo e rodando) para poder nascer. Obviamente que esse processo leva um tempo.

Então, é interessante saber que o tempo que o trabalho de parto e parto vai durar depende de diversas variáveis, como posição do bebê, tamanho do bebê, se é o 1º ou 2º (ou mais) filho que esta mulher está parindo, se esta mulher está tensa ou se está sendo acolhida… Esse tempo do trabalho de parto é longo, e pode durar 10-12 horas em média.

Se todo mundo soubesse disso, seria possível alinhar as expectativas com a realidade.

Sabendo que existem muitas variáveis para se pensar o tempo que uma mulher vai passar em trabalho de parto, é possível descrever  como esse processo é de uma maneira generalizada.

Didaticamente, é possível dividir o parto em: pródromos, fase latente, fase ativa, nascimento. Lembrando mais uma vez, que as descrições a seguir estão generalizadas!

Pródromos

Antecedem o trabalho de parto. São contrações leves, curtas (30 segundos) e espaçadas (a cada 20-30 min). Mas não engrenam…. Hora aparecem, e a mulher acha que vai acontecer, e então param de vez. Pode acontecer por alguns dias antes do início do trabalho de parto. 

Aqui é como se fosse o aquecimento para o corpo da mulher e também para o bebê, pois nesse momento o bebê pode encaixar na pelve (quadril) da mãe. Também pode ter uma dilatação pequena do colo do útero.

Nessa fase, a mulher sente as contrações, mas por elas serem leves, ela consegue continuar suas atividades.

Fase latente

Aqui o trabalho de parto já está começando, mas as contrações ainda são leves, curtas e espaçadas, mas elas já não param mais. A mulher pode tomar um banho relaxante, às vezes até uma medicação de cólica, mas as contrações continuam vindo. Elas são progressivas, então cada vez vão ficando mais próximas uma das outras (a cada 8-10 min), mais longas (40-60 segundos) e mais intensas também.

Geralmente a mulher ainda está tranquila, fica mais quieta durante as contrações, mas entre elas consegue conversar e fazer outras coisas. 

Essa é geralmente a fase mais longa e aqui a mulher pode ficar em casa aguardando as contrações ficarem mais intensas, caso desejar.

Aqui a dilatação pode ir até uns 5-6cm.

Fase ativa

Pensando em um parto hospitalar, essa é a hora de ir para a maternidade.

Aqui as contrações se tornam mais intensas, mais próximas uma da outra (pelo menos a cada 5 min chegando a ficar a cada 1 minuto) e duram entre 50-70 segundos. A mulher já está mais introspectiva durante e entre as contrações, e muitas vezes não quer saber de conversar não…

Essa fase costuma ser a mais intensa, mas também a mais rápida, e a mulher vai dilatar totalmente aqui, os tais 10 cm.

Quando chega na dilatação total, pode ser que o trabalho de parto dê uma pausa de alguns minutos até que a mulher sinta vontade de fazer força, ou então já entra na próxima fase.

Nascimento

Aquí é o parto propriamente dito. A mulher sente vontade de fazer força para o seu bebê nascer. As contrações ficam um pouco mais espaçadas, mas continuam longas e intensas. Até que o bebê nasça!

MAS….

O parto não acabou ainda, pois depois que o bebê nasce, ainda há o nascimento da placenta (a casinha do bebê). Mas, nesse meio tempo, a mãe pode e deve já estar com seu bebê no colo, cheirando, aconchegando, amando e até mesmo amamentando se o bebê já mostrar disposição. 

Após nascer a placenta (é preciso que a mulher tb faça uma força para ela nascer), acaba o parto. Mas é necessário que os profissionais fiquem atentos à mãe para saber que está tudo bem.

Todo esse processo leva tempo, seja paciente

Como foi possível perceber, é um processo longo mesmo, e ele leva um tempo geralmente. É preciso ser paciente e entender que é assim mesmo, para que a expectativa seja realista.

Já atendi casos totalmente fora desse padrão, tanto para mais quanto para menos tempo. Lembro de uma mãe que falou que leu tanto e estava esperando cada uma dessas fases, e quando o trabalho de parto começou já na fase ativa ela não acreditava, pois estava esperando algo mais lento. 

Muitas mães de primeira viagem, como nunca passaram pela experiência, têm dúvida se vão saber o que está acontecendo. A resposta padrão dos profissionais é: VOCÊ VAI SABER!

E de fato, a mulher vai saber que seu corpo está mudando.

Não teve uma que eu conheça que ficou na dúvida, mesmo que tenha percebido o parto já na fase ativa mesmo.

Entender o parto como um processo normal do nosso corpo faz com que fiquemos mais seguras para que seja tudo mais tranquilo.

Então a experiência fica mais satisfatória, mesmo que haja dor. Isso porque dor é diferente de sofrimento, e quando a mulher que vai parir entende isso, ela compreende que ficar horas em trabalho de parto não é a mesma coisa que ficar horas em sofrimento, como se fosse alguma doença, pois sabe que é seu corpo parindo seu bebê, e pronto.

Shantala é uma massagem indiana para bebês, que tem diversos benefícios. 

Breve História

Por volta de 1975 o renomado médico obstetra francês Frederick Leboyer em uma viagem pela Índia ficou impressionado com uma mãe massageando seu bebê. O nome dessa mulher era Shantala. Com ela, ele aprendeu que, na Índia, massagem em bebês é uma técnica milenar transmitida de mães para filhas, como uma tradição. Aprendeu essa sequência e estudou-a mais cientificamente. Batizou a técnica em homenagem a pessoa com quem a aprendeu, Shantala. Trouxe para o ocidente e difundiu. No Brasil, foi introduzida pela doula Fadynha (Maria de Lourdes da Silva Teixeira).

Os benefícios

– Reforço do vínculo afetivo com quem faz a massagem (mãe/pai/avós …)

– Aumenta a produção de endorfinas (hormônios do prazer)

– Reforço do sistema imunológico

– Ajuda a regular o sono

– Prevenção e alívio de cólicas e prisão de ventre

– Acelera o metabolismo

– Aumenta a capacidade respiratória

– Estímulo ao desenvolvimento psicomotor

– Estimula a tranquilidade do bebê, segurança e autoestima

– Auxilia a melhor atividade do sistema circulatório

– Equilíbrio energético

Recomendações

– Quem pode fazer a massagem: já que um dos objetivos principais é da shantala é melhorar o vínculo afetivo entre a criança e seus pais, o ideal é que a massagem seja feita por um dos pais ou cuidador do bebê, desde que a pessoa tenha um vínculo afetivo com a criança.

– É importante que a pessoa que vai aplicar a massagem esteja tranquila/relaxada para passar isso para o bebê.

– Idade: a idade para iniciar a shantala é por volta de um mês de idade. Isso porque antes desse período a criança está dormindo a maior parte do tempo, além de ser um momento de adaptação.

– É interessante que se use um óleo 100% vegetal, pois ele é melhor absorvido pela pele, aquece o bebê, além de deslizar mais facilmente, diferente de um creme hidratante que pode resfriar o bebê (lembra da sensação passando um creme após o banho?) e não desliza tão bem, e pode até causar alergias.

Vale muito a pena aprender essa massagem para aumentar seu vínculo com seu bebê, além de poder proporcionar diversos benefícios para ele.

Busque um profissional habilitado para te ensinar a massagem!