O que é?

Primeiramente, é importante saber o que é o períneo.

O períneo, também chamado de assoalho pélvico, é a musculatura que sustenta nossos órgãos da pelve (bexiga, útero, intestino). A parte externa do períneo é aquela que se encontra entre o cóccix e o púbis, ao redor da vulva (a área externa da pepeca) e o ânus.

A laceração do períneo então seria o corte feito naturalmente pela passagem do bebê durante o parto.

Essa laceração pode ser dividida em graus, do 1º ao 4º, onde quanto maior o grau, maior a profundidade. As lacerações de 1º e 2º graus são as mais comuns de acontecer. A de 1º grau atinge pele e mucosa, a de 2ª grau, chega nos músculos. As lacerações de primeiro grau são bastante comum, e muitas vezes não é necessário dar pontos para que elas se fechem. As lacerações de 3º e 4º graus são mais raras. a de 3º acomete o esfíncter anal, enquanto que a de 4º chega ao reto também.

Como prevenir?

O que se tem de evidências hoje para a prevenção de lacerações é que na hora de fazer a força para o bebê nascer, a mulher deve seguir sua vontade e ir fazendo a força aos poucos. Diferente de quando os profissionais que estão assistindo ficam falando pra mulher fazer força (é comum ficar um coro de pessoas falando: força, força, força…), esse é o chamado puxo dirigido, e é desaconselhado hoje em dia. Dessa forma pausada, o períneo da mulher vai se alongando aos poucos e a cabecinha do bebê se moldando, ao invés de ir com tudo e “rasgar”.

Também é importante que a mulher esteja em uma posição verticalizada, para que a gravidade faça sua parte ajudando o bebê a descer. Existem algumas evidências mostrando que o parto com a mulher deitada de lado ajuda na prevenção de lacerações, mas a melhor posição é a que a mulher se sentir confortável na hora H.

É interessante que a mulher tenha consciência corporal da região do períneo para poder entender melhor como fazer a força na hora do parto. Então a fisioterapia pélvica durante a gestação pode ajudar nisso. Mas, não é um pré requisito para não ter laceração, OK?

É melhor o médico cortar então?

O corte no períneo realizado pelo profissional que está assistindo o parto é chamado de episiotomia. Este corte, que atinge mucosa, pele e músculos, foi inventado por um “ser nada abençoado” que percebeu que ao cortar o períneo da mulher na hora que o bebê estava prestes a nascer (já quando dá pra ver a cabecinha do bebê quase saindo) fazia o processo ser mais rápido. Então esse corte começou a ser difundido e ensinado como necessário para todas as mulheres, sem que se fizessem estudos para ver sua eficácia.

A verdade é que não há evidências científicas que respalde a prática indiscriminada da episiotomia, como ainda é feita infelizmente em muitos lugares. Hoje inclusive tem estudos mostrando os danos que esse corte pode causar para a mulher, como infecção no local do corte, sangramento, incontinência urinária e fecal, dor durante a relação sexual…

A tendência hoje é diminuir o uso da episiotomia e até mesmo zerar. Sei da história de diversos profissionais que faziam de forma rotineira (pois haviam aprendido que era o certo a se fazer) e após irem se atualizando, resolveram fazer de maneira mais seletiva até que perceberam que não havia necessidade (já que mudaram toda sua prática obstétrica para uma prática mais humanizada, respeitando a fisiologia do processo), até que param de usar.

Informe-se e converse com o profissional que está te acompanhando!

Uma das coisas que mais escuto de gestantes sobre a amamentação é o fato delas terem MEDO. Medo da dor, pois só o que escutam de amigas e familiares e que é muito difícil. Elas têm certeza que a amamentação vai dar muito errado. 

Diferente do medo do parto, onde é possível escolher ter anestesia e usar medicações no pós parto para controlar uma possível dor, na amamentação sabe-se que aquele leite é o melhor para o bebê, e a tendência é ficar numa jornada sacrificante quando as coisas não estão indo bem, já que todo mundo fala que é assim mesmo.

De fato a amamentação é difícil, mas ela não precisa e nem deve ser dolorida o tempo todo. Inclusive, se está dolorido a chance de que o bebê esteja pegando errado, machucando o peito da mãe e não mamando de maneira eficiente, é gigante.

Então aqui começo falando do primeiro problema possível da amamentação: a pega errada.

Pega errada

Quando o bebê pega errado, além de machucar o peito da mãe, ele não tira leite da melhor maneira possível (e muitas vezes não está nem tirando leite suficiente para ele). Ou seja, nem o bebê nem a mãe estão ganhando nessa situação. Então, amamentar com dor é um sacrifício em vão. E a partir desse 1º problema mais comum da amamentação, que é a pega errada, podem surgir outros problemas.

A consequência direta da pega errada são mamilos machucados (fissurados), o que acarreta em uma amamentação dolorida.

Fora a dor, essas feridas são uma porta de entrada para microorganismos infectarem elas, e a partir disso surgirem problemas como mastite e candidíase

Para o bebê, essa pega errada tem como consequências mamadas inefetivas, fome constante, perda ou ganho insuficiente de peso, desidratação

A pega errada é uma grande bola de neve que, se não corrigida, pode levar ao desmame precoce desse bebê, e muita frustração materna.

A solução para pega errada nem sempre é fazer o bebê pegar certo (o que muitas vezes não é tão simples). Às vezes o bebê não consegue acertar a pega por ter a língua presa, por exemplo.

Quando o bebê não mama de forma eficiente, o corpo da mãe entende que não tem bebê mamando ou que aquele bebê precisa de pouco leite (já que ele está tirando pouco), e então sua produção de leite começa a diminuir.

Um outro problema comum na amamentação é o ingurgitamento mamário, o famoso leite empedrado. Este pode ocorrer independente da pega do bebê, mas claro, sendo agravado com a pega errada já que dessa forma o bebê não tira leite corretamente. O ingurgitamento pode ocorrer primeiramente quando acontece a descida do leite, a tal apojadura, que é em torno do 3º ao 5º dia após o nascimento do bebê. É um momento que as mamas passam a produzir mais leite e ficam inchadas, acarretando no seu endurecimento. Fora o momento da descida do leite, outros momentos podem levar a esse empedramento das mamas, como quando o bebê passa muito tempo sem mamar, e o peito vai enchendo. Desse ingurgitamento pode surgir os problemas de obstrução de ductos ou mastite, por exemplo.

Conclusão

Enfim, os problemas da amamentação são diversos, difícil descrever tudo sem se prolongar tanto. Mas é importante perceber que muitos deles vão ser consequência de uma pega errada. Então é muito importante buscar informações de como fazer o bebê pegar certo para que a amamentação comece com o pé direito.

E, se não ficou tão claro, é muito importante saber que quando tem dor na amamentação, algo não está indo bem. É necessário que um profissional qualificado avalie a mamada para poder orientar a mulher a amamentar corretamente, onde ela e o bebê fiquem bem.

O que é?

A livre demanda nada mais é do que permitir que o bebê se alimente quando ele sente fome. 

Muitas pessoas acreditam que é deixar o bebê no peito o dia todo, e não é bem isso. A frequência de tempo das mamadas vão mudando de acordo com a necessidade do bebê. Geralmente nos primeiros dias de vida, como o estômago do bebê é bem pequeno (cerca de 5ml no 1º dia de vida), ele tem necessidade de mamar mais vezes (também pelo leite materno ser de fácil digestão).

Tanto o estômago do bebê quanto a produção da mãe vão aumentando,  e a livre demanda permite que o corpo da mãe se ajuste à necessidade específica do bebê. 

Determinar um horário rígido para um bebê que está começando a entender a fome, aprendendo a mamar, pode ser muito contraprodutivo. Lembre que o bebê estava num “open bar”, recebendo alimento 24 horas por dia pelo cordão umbilical.

Fiz livre demanda, mas meu bebê passava fome.

A livre demanda não deve ser confundida com um bebê que quer ficar no peito o tempo todo.

Nesses casos, é importante observar a mamada para saber se o bebê está ou não conseguindo extrair leite. Caso o bebê não esteja pegando da maneira correta, ele não é capaz de extrair leite de uma maneira eficiente, então, consequentemente, ele ficará muito tempo mamando, e quando for tirado do peito terá fome logo.

Se o bebê fica o tempo todo no peito, mas ainda assim apresenta sinais de fome, não está fazendo xixi e/ou cocô, é provável que a amamentação não está ocorrendo de uma maneira adequada. É importante buscar ajuda especializada nesse momento, como a de uma consultora de amamentação.

Mas vou deixar meu bebê “chupetando” o dia todo?

Ter um bebê plugado no peito não significa que ele está mamando efetivamente. Para extrair leite o bebê deve abocanhar mamilo e o máximo de aréola possível, para que ele possa pressionar o local correto da mama e tirar leite. Dessa forma ele fará uma mamada efetiva, e não ficará o dia todo no peito.

E é possível perceber que o bebê está tirando leite! Basta reparar se a sugada que o bebê está fazendo é uma “goladona”, onde ele enche a boca de leite e engole, enche a boca de leite e engole… Essa golada geralmente é mais pausada e ritmada (se imagine bebendo um copo de água, e perceba como você enche primeiro a boca e depois engole).

Quando o bebê não pega corretamente (ou em momentos que o fluxo de leite que está saindo do peito é baixo) ele vai dar sugadas curtas e rápidas, como se estivesse chupando uma chupeta (daí o termo chupetar). Quando ele está chupetando, ele NÃO está tirando leite. Então não adianta deixar o bebê plugado no peito nesse momento, pois a mamada não está sendo efetiva. Caso o bebê não esteja pegando direito, a pega deve ser arrumada. Caso a questão seja o fluxo baixo de leite, pode-se colocar o bebê no outro peito.

Quanto tempo devo deixar o bebê mamando?

Cada bebê tem um ritmo próprio, então não é correto falar que o bebê deve ficar 15, 20 ou 30 minutos mamando. Nem qual o intervalo entre as mamadas.

O melhor é observar o comportamento do seu bebê, entender a diferença entre sugadas efetivas (“goladonas”) e sugadas não efetivas (“chupetando”), saber se ele está fazendo a pega correta (se está doendo ou machucando a pega NÃO está correta), observar se o bebê está fazendo xixi e cocô diariamente.

Após essa observação inicial (que vai durar pelo menos uma semana de vida do bebê, mas em média dura o 1º mês de vida), os pais vão conseguir determinar qual o tempo de mamada do seu bebê e também o intervalo entre as mamdas.

Ah, mas é bom ter em mente que isso não é algo fixo, pois com o crescimento e desenvolvimento o bebê muda seu comportamento (pra complicar um pouco né…rs).

A regra é observar o seu bebê!

Vira e mexe quando estou conversando com um grupo de pessoas, sempre que me perguntam o que eu faço, todos acham muito lindo mas a conversa se desenrola para “como as mulheres aguentam ficar tanto tempo em trabalho de parto, sofrendo” e por aí vai…

Existe um senso comum de que o parto normal é muito demorado, e quando as pessoas falam de demorar, estão falando de apenas 7-8 horas, e o parto pode durar mais que isso.

Também, o tempo que o parto leva não deveria ser uma questão tão grande, já que é um processo em que o corpo da mulher está se modificando (se abrindo) para poder parir o bebê e também vai se posicionando (descendo e rodando) para poder nascer. Obviamente que esse processo leva um tempo.

Então, é interessante saber que o tempo que o trabalho de parto e parto vai durar depende de diversas variáveis, como posição do bebê, tamanho do bebê, se é o 1º ou 2º (ou mais) filho que esta mulher está parindo, se esta mulher está tensa ou se está sendo acolhida… Esse tempo do trabalho de parto é longo, e pode durar 10-12 horas em média.

Se todo mundo soubesse disso, seria possível alinhar as expectativas com a realidade.

Sabendo que existem muitas variáveis para se pensar o tempo que uma mulher vai passar em trabalho de parto, é possível descrever  como esse processo é de uma maneira generalizada.

Didaticamente, é possível dividir o parto em: pródromos, fase latente, fase ativa, nascimento. Lembrando mais uma vez, que as descrições a seguir estão generalizadas!

Pródromos

Antecedem o trabalho de parto. São contrações leves, curtas (30 segundos) e espaçadas (a cada 20-30 min). Mas não engrenam…. Hora aparecem, e a mulher acha que vai acontecer, e então param de vez. Pode acontecer por alguns dias antes do início do trabalho de parto. 

Aqui é como se fosse o aquecimento para o corpo da mulher e também para o bebê, pois nesse momento o bebê pode encaixar na pelve (quadril) da mãe. Também pode ter uma dilatação pequena do colo do útero.

Nessa fase, a mulher sente as contrações, mas por elas serem leves, ela consegue continuar suas atividades.

Fase latente

Aqui o trabalho de parto já está começando, mas as contrações ainda são leves, curtas e espaçadas, mas elas já não param mais. A mulher pode tomar um banho relaxante, às vezes até uma medicação de cólica, mas as contrações continuam vindo. Elas são progressivas, então cada vez vão ficando mais próximas uma das outras (a cada 8-10 min), mais longas (40-60 segundos) e mais intensas também.

Geralmente a mulher ainda está tranquila, fica mais quieta durante as contrações, mas entre elas consegue conversar e fazer outras coisas. 

Essa é geralmente a fase mais longa e aqui a mulher pode ficar em casa aguardando as contrações ficarem mais intensas, caso desejar.

Aqui a dilatação pode ir até uns 5-6cm.

Fase ativa

Pensando em um parto hospitalar, essa é a hora de ir para a maternidade.

Aqui as contrações se tornam mais intensas, mais próximas uma da outra (pelo menos a cada 5 min chegando a ficar a cada 1 minuto) e duram entre 50-70 segundos. A mulher já está mais introspectiva durante e entre as contrações, e muitas vezes não quer saber de conversar não…

Essa fase costuma ser a mais intensa, mas também a mais rápida, e a mulher vai dilatar totalmente aqui, os tais 10 cm.

Quando chega na dilatação total, pode ser que o trabalho de parto dê uma pausa de alguns minutos até que a mulher sinta vontade de fazer força, ou então já entra na próxima fase.

Nascimento

Aquí é o parto propriamente dito. A mulher sente vontade de fazer força para o seu bebê nascer. As contrações ficam um pouco mais espaçadas, mas continuam longas e intensas. Até que o bebê nasça!

MAS….

O parto não acabou ainda, pois depois que o bebê nasce, ainda há o nascimento da placenta (a casinha do bebê). Mas, nesse meio tempo, a mãe pode e deve já estar com seu bebê no colo, cheirando, aconchegando, amando e até mesmo amamentando se o bebê já mostrar disposição. 

Após nascer a placenta (é preciso que a mulher tb faça uma força para ela nascer), acaba o parto. Mas é necessário que os profissionais fiquem atentos à mãe para saber que está tudo bem.

Todo esse processo leva tempo, seja paciente

Como foi possível perceber, é um processo longo mesmo, e ele leva um tempo geralmente. É preciso ser paciente e entender que é assim mesmo, para que a expectativa seja realista.

Já atendi casos totalmente fora desse padrão, tanto para mais quanto para menos tempo. Lembro de uma mãe que falou que leu tanto e estava esperando cada uma dessas fases, e quando o trabalho de parto começou já na fase ativa ela não acreditava, pois estava esperando algo mais lento. 

Muitas mães de primeira viagem, como nunca passaram pela experiência, têm dúvida se vão saber o que está acontecendo. A resposta padrão dos profissionais é: VOCÊ VAI SABER!

E de fato, a mulher vai saber que seu corpo está mudando.

Não teve uma que eu conheça que ficou na dúvida, mesmo que tenha percebido o parto já na fase ativa mesmo.

Entender o parto como um processo normal do nosso corpo faz com que fiquemos mais seguras para que seja tudo mais tranquilo.

Então a experiência fica mais satisfatória, mesmo que haja dor. Isso porque dor é diferente de sofrimento, e quando a mulher que vai parir entende isso, ela compreende que ficar horas em trabalho de parto não é a mesma coisa que ficar horas em sofrimento, como se fosse alguma doença, pois sabe que é seu corpo parindo seu bebê, e pronto.

Shantala é uma massagem indiana para bebês, que tem diversos benefícios. 

Breve História

Por volta de 1975 o renomado médico obstetra francês Frederick Leboyer em uma viagem pela Índia ficou impressionado com uma mãe massageando seu bebê. O nome dessa mulher era Shantala. Com ela, ele aprendeu que, na Índia, massagem em bebês é uma técnica milenar transmitida de mães para filhas, como uma tradição. Aprendeu essa sequência e estudou-a mais cientificamente. Batizou a técnica em homenagem a pessoa com quem a aprendeu, Shantala. Trouxe para o ocidente e difundiu. No Brasil, foi introduzida pela doula Fadynha (Maria de Lourdes da Silva Teixeira).

Os benefícios

– Reforço do vínculo afetivo com quem faz a massagem (mãe/pai/avós …)

– Aumenta a produção de endorfinas (hormônios do prazer)

– Reforço do sistema imunológico

– Ajuda a regular o sono

– Prevenção e alívio de cólicas e prisão de ventre

– Acelera o metabolismo

– Aumenta a capacidade respiratória

– Estímulo ao desenvolvimento psicomotor

– Estimula a tranquilidade do bebê, segurança e autoestima

– Auxilia a melhor atividade do sistema circulatório

– Equilíbrio energético

Recomendações

– Quem pode fazer a massagem: já que um dos objetivos principais é da shantala é melhorar o vínculo afetivo entre a criança e seus pais, o ideal é que a massagem seja feita por um dos pais ou cuidador do bebê, desde que a pessoa tenha um vínculo afetivo com a criança.

– É importante que a pessoa que vai aplicar a massagem esteja tranquila/relaxada para passar isso para o bebê.

– Idade: a idade para iniciar a shantala é por volta de um mês de idade. Isso porque antes desse período a criança está dormindo a maior parte do tempo, além de ser um momento de adaptação.

– É interessante que se use um óleo 100% vegetal, pois ele é melhor absorvido pela pele, aquece o bebê, além de deslizar mais facilmente, diferente de um creme hidratante que pode resfriar o bebê (lembra da sensação passando um creme após o banho?) e não desliza tão bem, e pode até causar alergias.

Vale muito a pena aprender essa massagem para aumentar seu vínculo com seu bebê, além de poder proporcionar diversos benefícios para ele.

Busque um profissional habilitado para te ensinar a massagem!

O que é?

A diástase abdominal é o afastamento dos músculos reto abdominais (aqueles que formam o “tanquinho”). Ela acontece naturalmente na gestação devido ao crescimento da barriga, pois os músculos vão se afastando para que a barriga possa expandir. 

Quando é ruim?

Em alguns casos esses músculos têm dificuldade de retornar ao seu normal, então a barriga da mulher fica com o aspecto de flacidez, aquela barriguinha de pós-parto que nunca volta ao “normal”. 

Toda gestante vai ter?

Alguns fatores que aumentam o risco da diástase abdominal são o ganho de peso acentuado durante a gestação, uma segunda gestação (na primeira é mais incomum acontecer), ou gestação gemelar (já que a barriga cresce mais). 

Como prevenir?

A prevenção deve ser o controle do ganho de peso durante a gestação, postura adequada para não haver sobrecarga da musculatura abdominal, e até mesmo alguns exercícios específicos (não os abdominais tradicionais, pois podem aumentar a pressão dentro da barriga e agravar a situação). Busque a orientação de um profissional qualificado para te instruir tanto na prevenção quanto no tratamento!

Nas imagens, uma cliente que atendi com sua barriga cerca de 4 meses após o nascimento do seu segundo filho. Além da barriguinha de pós parto que insistia em ficar, ela apresentava dor nas costas (na lombar), o que também pode ser um sinal da diástase.

 A primeira imagem mostra ela antes de iniciar uma técnica de tratamento da diástase. Na segunda, o resultado após apenas uma semana de tratamento. Isso mesmo que você leu, UMA SEMANA! Fiquei tão impressionada que pedi para compartilhar. A técnica que ela está usando chama-se “Técnica Tupler”. 

Eu que indiquei depois de ver umas postagens sobre seu uso. Ela está usando e aprovou! Você pode encontrar quem aplica essa técnica aqui no Brasil dando uma breve pesquisada pela internet. Esse tratamento específico é realizado a distância mesmo, onde a mulher fará os exercícios propostos, usar a cinta específica da técnica e seguir as orientações da profissional que aplica a técnica.

Achei uma técnica interessante para se compartilhar pois pode prevenir a realização de uma cirurgia!

Quando o parto normal é escolhido, o medo da dor é algo que deixa muitas mulheres ainda receosas, mesmo que se tenha a possibilidade de usar anestesia. Mas, é importante saber que antes da anestesia é possível lançar mão de outras maneiras de aliviar a dor do parto. Usando esses outros métodos, se aproveita da mobilidade da mulher para ajudar na progressão do parto. 

Alguns desses métodos são: presença de um acompanhante, liberdade para se movimentar, uso da bola de pilates, massagem, uso do rebozo, TENS, técnicas de respiração, compressas quentes/frias, banho no chuveiro, banho de imersão e até mesmo a hipnose.

Além de aliviar a dor dor, estes métodos promovem relaxamento, reduzem a ansiedade, e diminuem a chance de usar medicamentos sem necessidade. 

Abaixo, segue uma breve descrição de alguns deles.

Hipnose

A hipnose é uma técnica simples onde o hipnotista guia a pessoa hipnotizada para que ela possa alcançar alguns objetivos. 

Nada mais é do que a pessoa que ACEITA ser hipnotizada (CONFIANDO no hipnotista) poder se livrar da dor física naquele momento (pensando no parto) ou se LIBERTAR dos medos que bloqueiam sua mente e, consequentemente, paralisam sua vida.

Na assistência obstétrica a gente pode usar durante a gestação para preparar a mulher para o parto e mesmo durante o parto, para que ela relaxe e a dor não seja percebida. 

É um método que está aumentando sua difusão aqui no Brasil, e vale a pena entender para poder usar sem medo para o parto e até para outras questões como ansiedade, traumas, medos… 

TENS

TENS é uma sigla em inglês para “Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea”. É um aparelhinho que usa uma corrente elétrica de baixa potência para ajudar no controle da dor. 

Pode ser usado para diversas dores, inclusive é muito utilizado por fisioterapeutas. Pode ser que você mesma já tenha feito alguma vez em alguma sessão de fisioterapia. 

No seu uso no parto, seus eletrodos são colocados nas costas da mulher para que esse choquinho ajude a diminuir a dor e também a percepção dela. É mais eficiente quando utilizada já nos primeiros sinais trabalho de parto, e ir aumentando a intensidade de acordo com a necessidade. Alguns estudos sugerem que ele ajuda a diminuir o desconforto da dor do parto sem interferir no andamento do processo, como a anestesia pode fazer.

Não é um método muito conhecido e precisa de um aparelho específico.

Chuveiro

Durante o banho no chuveiro a mulher pode ficar em pé ou sentada, em uma posição que se sinta confortável, deixando a água cair pelo seu corpo. 

A água quente em si ajuda na redistribuição do fluxo sanguíneo, promovendo o relaxamento dos músculos. Dessa forma, ocorre a redução dos hormônios do estresse (catecolaminas) e, consequentemente o aumento dos hormônios do prazer/relaxamento (endorfinas) que também são anestésicos naturais do nosso corpo.

Como a sensação das contrações começam na região lombar, a água quente batendo nesta região age também como uma massagem durante as contrações. É um recurso muito simples, que ajuda bastante no alívio da dor e também na progressão do parto, já que a posição que a mulher fica geralmente é em pé ou sentada.

Banheira

O mecanismo de ação da imersão na água durante o trabalho de parto é o mesmo do chuveiro, com a diferença de que na banheira é possível estar com uma parte maior do corpo em contato com a água, e também de ser possível da mulher achar posições mais relaxantes, podendo descansar mais. 

A água quente em si ajuda na redistribuição do fluxo sanguíneo, promovendo o relaxamento da musculatura. Dessa forma, ocorre a redução dos hormônios do estresse (catecolaminas) e, consequentemente o aumento dos hormônios do prazer/relaxamento (endorfinas). As evidências científicas mostram que a imersão em água durante a fase de dilatação reduz de forma significativa a necessidade de analgesia peridural/raqui, sem afetar negativamente a duração do trabalho de parto, a taxa de parto cirúrgico, ou o bem-estar do bebê. É uma opção também simples que pode ser escolhida pela mulher nos locais onde há essa possibilidade.

Rebozo

O Rebozo é um xale de origem mexicana, muito usado na assistência obstétrica por enfermeiras, obstetrizes, parteiras e doulas. Pode ser usado ainda na gestação para massagens e técnicas de relaxamento. 

No parto ele se torna um grande aliado da mulher. Ele pode ser amarrado em algum lugar fixo para que a mulher possa puxá-lo ou se apoiar nele, pode ser usado como manta para cobrir em um momento de frio, como um apoio para a cabeça, e até mesmo em partos rápidos para manter o bebê que nascer no carro aquecido… 

Durante o trabalho de parto, ele pode ser envolvido na barriga da mãe ou no bumbum, por exemplo, e a pessoa que está auxiliando a mulher vai puxá-lo para aliviar o peso da barriga ou então dar uma “sacudida” de leve, que ajuda a relaxar a musculatura e, consequentemente, alivia a dor. 

Outro artifício simples, que pode ser substituído por lençóis ou toalhas.

Bola Suíça e Cavalinho

A Bola Suíça e o Cavalinho são dois instrumentos muito utilizados durante o parto, disponível em diversos hospitais. Ambos permitem que a mulher adote diversas posições e movimentos, além de promover posições verticalizadas, que contribuem para a progressão do parto. 

Ao ter a possibilidade de escolher e mudar de posição, a mulher consegue encontrar maior conforto, o que ajuda a amenizar sua dor. 

Conclusão

Ainda existem muitos outros métodos não farmacológicos para alívio da dor, como a simples presença de um acompanhante, que trás segurança e conforto, massagens, aromaterapia, musicoterapia, cromoterapia, e por aí vai…. 

Como foi possível ver, esses métodos envolvem no geral baixo custo. 

Ainda falta conhecimento das mulheres e famílias sobre eles e também dos profissionais que trabalham nessa área.

O conhecimento sobre esses métodos e também sobre o processo do parto já são em si um método para ajudar na fluidez do parto, no alívio da dor e também a confiar na capacidade do corpo de parir.

Afinal, o parto é um processo fisiológico do nosso corpo, como respirar ou digerir. Em condições favoráveis vai acontecer como foi programado em nosso DNA.

Isso significa que ele vai levar algumas horas para isso, e tudo bem!Precisamos entender que isso é o normal do nosso corpo para evitar intervenções desnecessária que muitas vezes são feitas apenas por rotina.

O uso do laser já está muito bem difundido na área da saúde.

Diversas especialidades utilizam seus benefícios há muito tempo, como a odontologia, por exemplo (lembra aquela luz que o dentista aplicou na sua boca? Provavelmente era um laser!).

Seu uso na área obstétrica é recente, e vem trazendo muitos benefícios. A aplicação mais procurada é para acelerar a cicatrização das temidas fissuras (rachaduras) nos mamilos causadas durante a amamentação.

De fato, esse benefício é incontestável! O efeito cicatrizante do laser é muito bom e ajuda muito a acelerar não só o processo da cicatrização do mamilo, mas também a retomada da amamentação sem dor e com uma mãe mais otimista e confiante.

Basicamente, o que o LASER faz é fornecer energia para que as células machucadas consigam se regenerar mais rapidamente.

Porém, é importante saber que a aplicação em si do laser nos mamilos não faz milagres naquele machucado se a causa principal não for corrigida.

Imagine um sapato apertado que deixa um machucado no calcanhar. Este machucado não irá melhorar nunca enquanto o sapato continuar sendo usado, concorda?

No caso da fissura mamilar a causa dos machucados na grande maioria das vezes tem a ver com a pega inadequada que o bebê faz na mama, quase como um sapato apertado mesmo.

Então, é imprescindível corrigir a pega do bebê ao seio para que o mamilo deixe de ser ferido e a cicatrização ocorra completamente.

Assim, a utilização de laser para acelerar a cicatrização dos mamilos veio como uma revolução no tratamento das feridas mamilares, sendo um acelerador do processo, mas não deve ser um recurso usado isoladamente. 

Quando a amamentação não está indo bem, a avaliação da mamada por uma consultora de amamentação é muito mais importante para que a orientação adequada seja dada aquela família, e a amamentação passe a transcorrer de uma maneira tranquila e prazerosa.

O laser deve ser uma ferramenta a mais na mala da consultora de amamentação e não a única ferramenta.

Quando engravidei senti uma necessidade de entender melhor com meus pais como tinha acontecido meu nascimento, como foi meu período de amamentação, como foram meus primeiros dias de vida, das dificuldades e alegrias de terem me gerado. 

Acredito que quando nos preparamos para ser mães passamos a dar mais valor nas nossas, estejam elas vivas ou não. Acho que vem essa empatia profunda de entender e sentir tudo que ela sentiu. 

O período gestacional é um momento de grande transformação e que nos preparará para o recebimento de uma nova vida, é incrível como nosso corpo e alma se transformam.

Nessas conversas com meus pais, percebi que, com o tempo os detalhes são esquecidos e muitas vezes as melhores histórias estão na delicadeza desses momentos, por isso meu marido e eu decidimos já preparar o presente de 15 anos da nossa filha escrevendo e-mails para um endereço que criamos para ela. Temos enviado fotos, vídeos e textos para que ela tenha registrado e conheça a história dos seus primeiros anos de vida com muita riqueza e consiga sentir o amor dessa fase dela bebê.

Escrevemos também o relato do seu parto, a emoção que sentimos, as músicas que ouvíamos enquanto a esperávamos e tudo trará cor e som para relembrar esses dias vividos de maneira tão intensa e especial.

Para quem quer conhecer um pouco mais sobre o assunto dos impactos das relações parentais e seus impactos na gestação, recomendo fortemente o livro “A maternidade e o encontro com a própria sombra”da escritora argentina Laura Gutman.

Minha bebê acabou de completar 3 meses e fiquei numa tremenda preocupação achando que meu leite estava diminuindo e que ela estava passando fome. 

Escutei diversas pessoas me sugerindo para complementar com fórmula e no desespero falei com o pediatra, ele sugeriu que eu comprasse a fórmula Aptamil 1 da Danone e que usassed uma medida a cada 30ml. Corri numa farmácia e comprei, fiquei preparada para não deixar minha filha passar fome. 

Entretanto, quis pesquisar e estudar um pouco os sintomas antes de partir para a fórmula. 

Fiquei sabendo e me assustei com a estatística de que, embora a recomendação seja de aleitamento materno exclusiva nos primeiros 6 meses, a média brasileira é de 54 dias. 

É exatamente nesse período de desistência onde acontece a crise dos 3 meses, que é quando o bebê começa a perceber que ele não está mais no útero e alguns comportamentos começam a mudar, alguns bebês ficam mais irritados e choram mais durante a amamentação, pode haver uma desaceleração no ganho de peso nesse período.

Outra coisa é que nos 3 meses os bebês já estão experts na “arte” de mamar e que conseguem esvaziar um seio com uma quantidade suficiente de leite em 3 minutos.

A crise dos 3 meses parece assustadora, mas essa fase dura em média 15 dias e passa! 

Portanto, o que precisamos é manter a calma, relaxar, dormir e beber muita água e esperar que nosso corpo produza a quantidade de leite necessária de acordo com a demanda.

Como quase toda mãe eu tentava encontrar a “culpa” da falta de leite em algo que eu estava fazendo (exercício, alimentação, sono, etc) mas isso só atrapalhava. O que ajudou mesmo foi:

  • pedir ajuda da minha mãe e do meu marido (eles já estavam ajudando, mas pedi um “intensivão” nesse período)
  • tomar muito chá de erva doce (aumenta muito o leite)
  • ordenhar pelo menos uma vez ao dia (faz com que seu corpo entenda que é para aumentar a produção de leite)

Tem muita coisa bacana no youtube sobre a crise dos 3 meses, vale pesquisar antes de desistir porque o aleitamento exclusivo é uma questão saúde.